ORDENAÇÃO DIACONAL
No passado dia 1 de dezembro de 2019, vivi a grande graça de ser ordenado diácono por Dom João Lavrador, juntamente com outros 6 seminaristas. A celebração, na qual também 3 seminaristas foram instituídos leitores, teve lugar na Sé de Angra do Heroísmo, catedral da diocese açoriana onde nasci e cresci. No primeiro grau do sacramento da Ordem, o Pai, através do Seu Espírito, configura o ordenado com Jesus-servo, que veio para dar a Sua vida. É um mistério belo, profundo e estremecedor, do qual me sinto muito indigno!
Mas ninguém é ordenado para si mesmo: o ordenado passa a existir para servir a/em Igreja e, por isso, a ordenação não é uma graça individual. Experimentei esta verdade naquele dia ao ver-me envolvido por aqueles que me ensinaram a beleza do serviço: a minha família e a minha comunidade paroquial da Vila Nova (Açores), onde conheci Jesus e vi como era feliz quem se entregava aos outros; a minha família carmelita, representada pelos meus frades e irmãos seculares (e as irmãs, presentes em oração!), onde encontrei a minha casa e a forma como me entregaria para sempre. Foi Deus quem, através deles, me foi modelando. Ele esteve sempre presente ao longo deste caminho que me conduziu até àquele momento. E também esteve bem presente naquele momento! O batistério da Sé guarda uma imagem do Menino Jesus de Praga. Quando, no final da celebração, me aproximei d’Ele, lembrei-me dos meus primeiros dias como carmelita em que, ao olhar para a imagem do Menino, Lhe contava os meus medos e Lhe pedia que Ele, dando-me a mão, me levasse pelo caminho que quisesse. Num momento tão marcante do meu caminho, Ele não podia faltar para me dizer: “Estás a ver? Fui fiel: conduzi-te até aqui!”. Dias antes da ordenação, disseram-me que pedisse a Jesus a graça de tornar-me muito pequenino para ser um bom diácono.
Meu Divino Menino, faz-me ser, como Tu, muito pequenino.