Um jubileu de ouro

Alguns momentos da história são marcas de génio e inscrevem-se como referência na memória de uma comunidade, pois sintetizam os seus ideais de vida, de arte e até os seus sentimentos mais profundos. A Igreja de Nossa Senhora do Carmo e o seu Convento, hoje situados em pleno centro histórico de Braga, são testemunhas de vários aspectos da vida desta comunidade religiosa, à qual muitos se sentem intimamente ligados. E foi assim que, no dia 20 de Outubro de 2019 se celebraram os cinquenta anos de vida do Grupo Coral e Instrumental do Carmo de Braga e da sua generosa dedicação à comunidade do Carmo.

Cinquenta anos são muitos anos, muitos dias e horas a encantar o coração de Deus e das gentes de Braga! O Grupo nasceu em 1969 para o serviço do canto da Eucaristia dominical das 11:30h, pelas mãos e sabedoria do Padre Fernando Villabona, Carmelita Descalço de boa memória.

A efeméride foi remarcada na celebração daquela Eucaristia que outrora se chamava «A Missa Jovem», e foi presidida pelo actual Prior do Carmo, Padre José Carlos, e concelebrada pelos restantes religiosos da Comunidade. Os hinos vibraram com renovada energia, como todos pudemos testemunhar, em especial muitos dos antigos coralistas presentes. Também se rezou pelos coralistas falecidos e pediu-se ao Senhor que envie o Espírito de fortaleza para os actuais servidores da alegria e do canto naquela Eucaristia. No fim, houve confraternização e apresentação de um livro!

Uma presença e um rasto

Nesta efeméride, depois de arregaçarem as mangas, o Frei Marco e o Frei João, dando corpo à famosa expressão de Santa Teresa de Jesus: «dessa casta de santos profetas de onde vimos», apresentaram um pequeno ensaio histórico intitulado: «No rasto de uma história: Os Carmelitas Descalços em Braga», porque jamais nos compreenderemos totalmente se ignorarmos as gestas do passado. Esta demanda das memórias da família do Carmo em Braga obedeceu, sobretudo, ao desejo de trazermos o passado para a luz, a fim de que conhecendo-nos melhor, melhor ergamos o futuro.

Frei Marco Caldas